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sintomas

O sintoma na visão da psicanálise

Alguns sintomas podem nos levar à procura de um médico. Assim como a febre, por exemplo, podem indicar uma disfunção no organismo, uma falha no equilíbrio de seu funcionamento.

É um sinal de alerta de que algo não vai bem. Na medicina se parte do princípio de que, enquanto não se extirpa o sintoma não se está curado; a febre tem que desaparecer para que esteja atestada a normalidade do organismo.

Na Psicanálise vemos o sintoma não como algo a ser extirpado, como na medicina, mas como necessário para a proteção da própria pessoa. Para Freud, a “cura” do sintoma não traria vantagens para todos, pois se deparar diretamente com o conflito poderia causar uma desgraça maior que o próprio sintoma vivenciado.

Ele também mostrou que os mecanismos de funcionamento do psiquismo de pessoas sadias e pessoas doentes são os mesmos. O que diferencia a normalidade da patologia é o modo como o aparelho psíquico se estrutura, ou em outras palavras, como a pessoa consegue organizar seus recursos psíquicos de modo que possibilitem administrar seu universo pulsional e desejante, assim como se defender.

Deste modo, para a psicanálise, o normal e o patológico estão em uma linha de continuidade, subvertendo os critérios daquilo que é considerado normal e patológico por algumas convenções sociais e culturais padronizadas.

Freud acreditava que o sintoma estava articulado a uma verdade e o trabalho clínico de fato o convence que o sintoma diz uma verdade que o sujeito desconhece e que resiste a abandonar, porque fazê-lo provocaria um desprazer insuportável.

O sintoma então não é o cerne da clínica psicanalítica. Entretanto é fundamental para esta, pois uma análise é possível a partir dele e não de um lapso ou um sonho. A psicanálise é centrada na relação para que, por meio dela, o sujeito renuncie aos ganhos de sua condição de doente e consiga achar possibilidades criativas para transformar e fazer o sintoma mais suportável.

O trabalho do terapeuta, em sua maioria, é um laborioso artesanato pois, para o paciente, é perigoso abandonar seu companheiro, o sintoma, para abrir novos caminhos e assim ocupar novos lugares.

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