Realidade virtual e psicologia
Apesar da realidade virtual ainda ser novidade para muitas pessoas, a psicologia tem usado a tecnologia a seu favor como forma de tratamento para muitos distúrbios.
Ainda assim, podemos pensar outros caminhos para a realidade virtual dentro da psicologia.
Ainda não sabemos como será a vida com tais adventos tecnológicos. Uns mais pessimistas dizem que perderemos nossa humanidade, a capacidade de empatia, compaixão e trabalho em grupo.
Alguns autores e pensadores, pertencentes a uma corrente mais otimista, visualizam as novas tecnologias com a esperança de maior qualidade de vida, já que os robôs se encarregarão dos trabalhos operacionais e poderemos, finalmente, viver em uma sociedade colaborativa, focando naquilo que realmente dá sentido à existência de cada um.
Independentemente do partido ao qual nos filiamos um fato é certo: nossas vidas mudaram e mudarão ainda mais.
Teoricamente ainda exitem muitas discussões sobre o que é isso a que chamamos realidade, e alguns cientistas concordam que movimento e tempo são relativos, dependendo da percepção de cada um.
Em seu livro Infinite Reality, o Dr. Jim Blascovich coloca a realidade neste grupo de fenômenos relativos à percepção.
Segundo ele:
Mesmo que todos assumam que existe um mundo real no qual nascemos e morremos, um mundo físico natural, talvez estejamos enganados, pois a realidade absoluta deste mundo físico percebido pelos sentidos já foi questionada por estudiosos.
Segundo o autor, todos vivemos experiências virtuais em nossos sonhos e divagações naturais. E nós, humanos, inventamos mais meios de viajar para outros lugares e ter outras experiências perceptuais por meio de histórias, desenhos nas cavernas, esculturas, fotografia, rádio, TV, etc.
Assim, consideramos realidade o mundo compartilhado e concreto e assumimos virtualidade qualquer outra realidade simulada.
Isso nos coloca em um paradoxo, pois a minha realidade pode ser a virtualidade de outra pessoa e vice-versa.
Deleuze definiu virtual como um aspecto da realidade ideal, mas mesmo assim real, algo que é “como se fosse” real.
O virtual seria um efeito de interações atuais e teria uma natureza geradora, seria um tipo de potencial que seria realizado na atualidade, não sendo material, mas seria real.
Desta forma, podemos muitas vezes viver no mundo real, sem dispositivos, e ainda assim viver na virtualidade.
Da mesma maneira que podemos estar conectados aos dispositivos eletrônicos e vivermos realidades.
Pensando nisso, a psicologia poderia se utilizar de maneiras melhores dos mundos ditos virtuais para alcançar novas realidades e desenvolver humanidades.
Atualmente fazemos isso por meio de atendimentos online, mas quem sabe, em um futuro muito próximo, não possamos pensar em uma aproximação diferente, mais próxima disso a que chamamos mundo real, com atendimentos em realidade virtual.
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