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Psicologia Formativa

Psicologia Formativa

A Psicologia Formativa acredita que o ser humano é fonte de realidades autoconstruídas de significados de seus próprios processos.

Ele é responsável e participante voluntário na criação de experiências que enriquecem sua vida, criando novos sentidos e significados, novos modos de ação e entendimentos de corporificações de suas vivências.


A Psicologia Formativa é uma abordagem criada por um americano chamado Stanley Keleman. Ele diz que as formas produzidas pela vida evidenciam um processo de uma história do corpo, constituído por suas células, que formam os órgãos, tubos, fluxos sanguíneos, hormonais etc…

Essas formas são moldadas pelas experiências da pessoa, tanto internas quanto externas, assim “a forma é impressa pelos desafios e tensões da existência”.  À medida que diálogos entre as formas acontecem, ou seja, as relações se dão, constituem-se as emoções.

Em seu livro Anatomia Emocional, Keleman traz um aspecto concreto de corpo como um processo que, por meio de características biológicas presentes em cada vida particular, produz e é produzido, gera e sustenta ambientes físicos e sociais.

Para ele, a vida é um evento inteiro, um processo e todas as formas de vida são interligadas. O corpo “é um processo vivo, organizacional, que sente e reflete sobre sua própria continuidade e forma”.

O homem estaria, então, em constante autoconstrução. O corpo, uma série de espaços organizados, desenvolve estruturas de tubos e bolsas. Assim, todo o organismo é uma bolsa pulsátil.

A pulsação seria o movimento que existe em todas as formas de vida, começando das células, e cada parte do organismo tem diferentes frequências de expansão e contração.

Os diferentes bombeamentos, as diferentes intensidades e ritmos criariam um padrão de pulsação individual em cada organismo. Isso seria a identidade, reconhecida por nós “nas ondas de sensações que mantêm nosso fluxo constante”.

Keleman compara sentimentos e emoções à água: são dinâmicos, assumem formas e modificam estruturas. Para ele, “sem anatomia, não há emoções” e uma interfere diretamente na outra. Assim, nossas formas podem se estender para o mundo e se contrair de volta para si mesmas, de acordo com as interações que estabelece.

No entanto, o organismo lida com o perigo e com a ameaça de um modo instintivo, chamado “reflexo de susto”. Paramos, paralisamo-nos, contraindo os músculos, firmando-nos e prendendo a respiração, analisamos e respondemos à demanda. Podemos esperar até que a ameaça passe, ou podemos agir.

É o conhecido reflexo de lutar ou fugir. Se esta ameaça é contínua, podemos responder nos escondendo, contraindo, podemos nos render ou colapsar. Persistindo ou aumentando, esta reação pode tornar parte de nossa estrutura corporal, torna-se um modo de ser.

A todo momento, nos deparamos com situações limitantes enquanto seres humanos: miséria, violência, fome, doenças, crises, envelhecimento, etc. Notícias apresentadas no meio midiático nos assustam, imobilizam.

Concomitantemente, são oferecidos produtos que, supostamente, abarcariam este medo. Não são apenas produtos, mas modos de ser e estilos de vida que, também supostamente, trariam inclusão. Entretanto, a angústia de estar lançado no mundo prossegue, alimentando um ciclo sem fim.

O corpo seria o modo de funcionar, conecta-se em relação, co-autorando, “co-corpando” uma narrativa múltipla, histórico-mundial. Fazemos parte de uma interconectividade, em que mundo e corpo, corpo e mundo são um só, construindo e sendo construídos concomitantemente.

O processo organizacional formativo seria, portanto, um processo quântico, uma função não redutiva de possibilidades, predições e diferenciações, organizadas e capazes de mudar um modo de ser construído e criar uma diferente organização anatômica de nossa realidade humana, abrindo novas possibilidades de existência.

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