Os sinais da depressão
Em seu livro “O demônio do meio-dia, uma anatomia da depressão”, Andrew Solomon define esse distúrbio tão comum no mundo atual como a “a imperfeição do amor”.
Segundo o autor, precisamos ser capazes de nos desesperar ante as perdas para poder amar. E a depressão é o mecanismo desse desespero.
Ela ofusca a capacidade do indivíduo de dar ou receber afeição, destrói não apenas a conexão com os outros, mas também a capacidade de estar em paz consigo mesmo.
O sentimento que resta nesse estado despido de amor é a insignificância.
O amor é o que tranquiliza a mente e o que pode protegê-la de si mesma.
A pessoa deprimida passa a perder o interesse por tudo o que fazia, sem muitas vezes saber o porquê.
As atividades do dia-a-dia se tornam difíceis por conta de uma desvitalização.
A pessoa começa a ficar inerte, percebe que outras pessoas conseguem almoçar, tomar banho, porém o movimento interno para e a pessoa deixa de se mexer.
Viver torna-se cada vez mais exaustivo. A sensação de medo pode ser uma companhia constante, também sem explicação lógica-racional.
É necessário cuidado para não confundir os sinais da depressão com sentimentos de luto e tristeza.
O luto é explicitamente reativo. Vive-se uma perda e se sente muito infeliz, mas com o tempo a sensação de tristeza se ameniza de alguma forma.
Contudo, se a perda é vívida e o sentimento de infelicidade persiste, talvez haja uma depressão desencadeada por causas catastróficas.
A trajetória de continuidade do sentimento de infelicidade é que nos dá sinais da depressão, na forma de um excesso de tristeza.
A pessoa muitas vezes pensa que não é nada nem ninguém e que não merece viver.
Medicamentos e psicoterapia podem renovar a proteção perdida, tornando mais fácil amar e ser amado, e por isso funcionam.
Tentar afastar ou esconder a depressão só faz com que ela cresça.
Quanto mais a doença é ignorada, mais escravizante é para a pessoa. Tempo e energia são desperdiçados. O silêncio só pode agravá-la.
É um equivoco olhar para o tratamento medicamentoso como artificial. A medicação pode ser complementar à psicoterapia.
Os remédios não trazem a “felicidade” que as propagandas prometem, mas ajudam a pessoa a retomar sua vitalidade.
Conseguir dormir, comer e realizar suas atividades são benefícios que podem ser obtidos pelo uso de medicamentos como auxiliares no tratamento.
Não acabam com a tristeza, mas podem fazer com que se consiga conviver melhor com ela.
A psicoterapia ajuda no fazer de significados, auxilia a dar sentido e, quem sabe, conseguir aprender algo com aquela experiência.
O ser humano é capaz de suportar melhor uma enorme dor se acreditar que aquilo tem um propósito!
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