Um corpo em movimento pode proteger o cérebro
Não é novidade para ninguém que exercícios físicos melhoram nossa qualidade de vida, desenvolvem nossa saúde e colaboram no desenvolvimento de nosso cérebro.
Agora, evidências mais concretas e relacionadas especificamente à corrida acrescentam peso aos benefícios do esporte.
Em uma pesquisa da universidade de Ottawa, cientistas descobriram uma molécula, ativada no organismo com a corrida e que colabora na recuperação de células cerebrais danificadas.
A molécula, chamada VGF, responsável por ajudar na recuperação do tecido protetor que envolve e isola as células nervosas, é importante para o início do processo de recuperação de áreas danificadas do cérebro.
A nova descoberta pode abrir novas conversas para diferentes tratamentos de doenças como esclerose múltipla e outros males neuro-degenerativos.
Essa molécula é uma das muitas que os músculos e o cérebro liberam no organismo durante o exercício físico.
Ela tem também um efeito antidepressivo que ajuda na sensação de bem estar quando nos exercitamos.
As descobertas foram feitas em um estudo com ratos.
Os ratos que corriam ganharam quantidade significativa de isolamento neural comparado com os sedentários.
O Dr. Matías Alvarez-Saavedra, o principal autor do estudo, diz que ao injetar a molécula em ratos sedentários, seus neurônios passaram a funcionar melhor e circuitos previamente danificados se fortaleceram e melhoraram sua funcionalidade.
Os resultados dessa pesquisa são válidos apenas para animais. Não sabemos se em seres humanos o funcionamento é exatamente o mesmo.
Existem grandes chances de a mesma molécula ser ativada em nós, seres humanos, da mesma maneira que acontece em outros animais. Muitos estudos ainda são necessários para afirmar tamanha especificidade.
Entretanto, o que sabemos é que um corpo em movimento, libera substâncias importantes.
Além da saúde fisiológica, o corpo em movimento é nosso veículo de vivência no mundo.
Vivemos, experienciamos, sentimos, aprendemos, nos relacionamos e pensamos.
Em nossa cultura tendemos a separar o corpo dos pensamentos e sentimentos, entretanto é no corpo que eles acontecem.
Por vezes nos esquecemos dessa unicidade.
Algumas vezes lembramos que ao treinarmos o corpo oferecemos a nós mesmos um momento de bem estar e felicidade.
Entretanto, nos esquecemos de que o caminho oposto também se faz verdade: ao trabalharmos nossas emoções, trabalhamos nossa relação com o próprio corpo, com o movimento e o esporte, podendo encontrar autenticidade em nossa própria prática.
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