Mudanças, criatividade e inteligência
Somos construídos dentro de um determinado contexto, de uma determinada cultura, com valores que são construídos em nossa história.
Nossa construção é perpassada por todas as instituições que nos cercam (família, esporte, escola, música, cidade, país, etc…).
Instituições são as formas de organização em nossa vida coletiva, não necessariamente representadas por lugares físicos, mas organizações que constituem normas, regras, preceitos, crenças e costumes.
Assim, vivendo este determinado momento histórico de completas incertezas, não podemos negar que nos afetamos independentemente de partidos, credo ou classe social.
Vivemos um processo de mudança e todas as mudanças trazem consigo o incômodo de nos lançarmos em um abismo de novas possibilidades.
Processos de mudança podem acontecer por pressão externa e/ou interna.
Pode ou não ser um momento de se apropriar e desenvolver a si mesmo e seu sentido de vida, ou, como muitos gostam de chamar, propósito.
Acredito que criatividade e mudanças estão intrinsecamente interconectadas.
Entretanto, se situações adversas acontecem com muita frequência e nos obrigam a mudar nossos padrões habituais, elas podem ativar maneiras criativas de adaptação.
Existem diversos componentes da criatividade, como habilidades relevantes na área de domínio, processos de qualidade e motivação intrínseca para tarefa, além de fatores ambientais como liberdade, apoio e desafios positivos.
Inteligência também é importante, mas não é o único fator. A habilidade de olhar a situação a partir de diferentes ângulos e perspectivas é um fator crítico para criatividade.
A brincadeira, nos humanos, parece ser a base para a experimentação em que, mais tarde, sons, imagens, movimentos e a combinação de objetos são criativamente alterados e reorganizados para além de comportamentos fixados geneticamente.
Resultam em espontaneidade e manifestações que, eventualmente, dão origem a expressões artísticas e ações inovadoras, como uma nova descoberta científica, por exemplo.
O processo descrito nos incentivou a sair das cavernas e nos transformar.
Algumas vezes essas transformações contribuíram para a humanidade e o mundo, outras vezes nos prejudicaram.
É o processo do brincar – que deveria ser preservado na vida adulta -, que nos possibilita a flexibilidade e relativização de nossas próprias realidades, abrindo caminho para a compreensão de mundos diferentes dos nossos, o caminho para a compreensão do outro enquanto parte da mesma humanidade.
Liberdade, criatividade e significado são um trio.
Criatividade deve ser vista como um processo de deliberadas pausas, deliberados rompimentos das rotinas e normas fixas, enrijecidas e aceitas cegamente.
Assim, depois de um período de reflexão e questionamento se pode, então, explorar algumas das opções ainda não testadas e que se apresentam neste rompimento.
A criatividade genuína é uma qualidade indispensável a qualquer ser humano.
A criatividade pode ser experienciada e expressada em nossos mais variados, específicos e únicos estilos de vida, contribuindo e ajudando outras pessoas a alcançarem seus sentidos de vida, aceitando e integrando as diferenças.
Encorajar e exercitar esse tipo de escolha reafirma criativamente nossa liberdade, cuidado e autenticidade, fornecendo a possibilidade de uma vida com significado.
Qualquer tipo de criação que revele novos significados acontece durante períodos curtos ou longos de “vazio” em que nos são permitidas escolhas livres e sem nenhuma restrição.
Muitas vezes esses momentos se dão durante uma meditação ou prática de alguma atividade física, em que nos desligamos do mundo e entramos em contato direto com nosso corpo, nos permitindo ser aquilo que realmente somos, com nossas capacidades e limitações reais.
Infelizmente, em nossa sociedade, encontramos pouco tempo e espaço de silêncio para encontrar maneiras criativas para lidar com diferentes situações.
O padrão ocidental de adaptação é a passividade frente às novas demandas, ou o total rompimento e agressividade diante do diferente.
Por isso a criatividade faz-se elemento tão importante em nossas vidas, para que possamos lidar com as indiferenças e abrir caminho para a diversidade.
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Mudanças de comportamento não se movem a rogo. Não nasce uma nova vida sem que a preceda uma morte. Quem passa no buraco de uma agulha, vai passar sem acréscimos. Se não morrer o homem velho não nasce o homem novo. Isto tudo os humanos descrevemos mas não entendemos. São chiquérrimas a metafísica e a transcendência. Os humanos encerrados em nós mesmos somos pobres solitários como que à deriva, ainda que cercados de muitos outros humanos. A nossa solidão não é rompida por nós mesmos. Temos um mentor no qual somos, nos movemos e existimos. E ele aqui agora me disse, não escreva mais nada, eu amo todos vocês e eu vou resgatá-los todos um dia conforme os critérios que o Pai escatologicamente me ordenar. Eu sei que o príncipe deste mundo tenta de todos os modos que o meu nome não seja falado. E então de novo ele me disse, escreva por fim meu nome Jesus Cristo…:)
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