Liderança disruptiva
A liderança disruptiva diz respeito àqueles líderes que mudam o rumo de suas organizações e alteram culturas engessadas de forma inovadora.
Ela não diz respeito apenas ao mundo organizacional. A liderança disruptiva é um posicionamento, uma maneira de ocupar espaços não sendo submisso ao que já é dado, ao comum.
Esse posicionamento exige atenção aos detalhes, a não se levar pelas obviedades do comum e ter sempre o cuidado e o olhar inspirador para inovar e quebrar paradigmas.
Um dos exemplos de mudança de liderança é o general Stanley McChrystral.
O jornalista Michael Hastings cobria a guerra do Afeganistão quando escreveu um artigo expondo o general McChrystal por desdenhar seus superiores, incluindo o presidente e os aliados, como os franceses.
Depois desta reportagem o general renunciou a seu cargo. Em uma palestra um ano depois do ocorrido, o general disse que o tipo de liderança que seguia tinha sido aprendida observando aqueles que vieram antes dele:
Liderança era sobre conexão e um alto senso de missão. Então, todos que ali estavam eram como irmãos.
Em seus primeiros vinte e cinco anos de serviço, ele teve exemplos de liderança em que não havia comunicação, a liderança era focada na humilhação e se concentrava nos erros.
Segundo ele, líderes cometem erros todos os dias, mas não devem se esquecer de que trabalham com pessoas e, em longo prazo, devemos construir pessoas e não destruí-las.
Enquanto líder, deve-se entrar no coração e na alma das pessoas, para engajá-las no que, juntos, todos estão tentando construir.
Em momentos de crise, em que o status quo falha, a liderança ditatorial não funciona.
Em situações extremas, achar a direção juntos, empoderar, fazendo mais pessoas fazerem parte da mudança, auxilia a construir um senso de propósito comum, mesmo que as experiências sejam diferentes.
Segundo o general, um bom líder é aquele que está disposto a aprender e a confiar, não aquele que precisa estar certo.
A liderança disruptiva faz aquilo que nos parece óbvio: olha para o outro como ser humano, não como uma ferramenta inanimada que serve para cumprir ordens.
Trabalha-se com o destaque das qualidades, olhando para os erros como momentos de passagem, aos quais todos estamos sujeitos.
Quantos de nós temos momentos marcantes em que fazemos algo bem feito e afetamos positivamente a vida de outras pessoas e não sabemos?
A liderança é construída no dia-a-dia, em pequenos detalhes.
Quando há um vácuo, uma necessidade que não é preenchida e alguém tem interesse em fazer algo para “tampar o buraco”, por mínimo que seja, surge um líder.
Segundo Seth Godin, todos temos o que é preciso para ser líderes, e alguns de nós utilizam as habilidades mais que outros.
A arte de ser disruptivo é encontrar o melhor caminho, com o menor risco de cair muitas vezes, que levará a um lugar melhor (seja ele concreto ou não).
Para Godin, se a pessoa quer ser um líder, parte do trabalho é fazer um levantamento das ferramentas que tem, das pessoas que tem e do momento em que está para fazer algo que pode não ser confortável e divertido, mas que leve a algum lugar que seja produtivo e útil.
Claro, erros existirão no meio do caminho.
As pessoas querem fazer parte de algo maior, querem se engajar, entretanto ainda não se adaptam a esse novo modelo. Continuam insistindo no modelo falido do organograma vertical, baseado no medo do erro.
O que aconteceria se tivéssemos coragem de nos inspirarmos em nossas qualidades particulares, e nos colocarmos como parte ativa e integrante de um sistema?
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