O humor e as reações humanas
Stanley Keleman diz que o corpo cria um cérebro para se comunicar, ou seja, em nosso processo de desenvolvimento enquanto espécie e, embriologicamente, o sistema nervoso se faz depois no corpo.
O corpo vive seus processos, a vida urge e o neocórtex tem, como uma de suas funções, comunicá-la.
Construímos modos de nos relacionarmos com o mundo na cotidianidade, sem refletir em como ocupamos nossos lugares relacionais.
Enquanto seres relacionais, funcionamos em muitas camadas ao mesmo tempo.
Podemos apertar uma emoção em uma camada, enquanto nos mostramos fortes em outra, podemos não conseguir conter nossas intensidades e “explodir”, entre outros tantos modos.
Nossos humores podem estar mais próximos de nós ou mais afastados.
São estados transeuntes em nós mesmos e influenciam como pensamos e vemos o mundo.
A volatilidade de nosso humor e de nossas emoções pode ser influenciada pela qualidade e quantidade de sono, hormônios e até mesmo pelo tempo.
Muitas regiões responsáveis pelo humor estão no sistema límbico, que é uma das partes mais primitivas do nosso sistema nervoso, e acredita-se ter sido uma das primeiras regiões a se desenvolver na espécie humana, provavelmente por sua importância evolucionária.
Em artigo recente para a revista The Conversation, Genevieve Rayner, pesquisadora do Florey Institute of Neuroscience and Mental Health, diz que nosso cérebro parece seguir em direção a manter pensamentos levemente positivos.
Estar de bom humor nos faz mais propensos a buscar experiências, ser mais criativos, fazer planejamentos e nos adaptar a condições do ambiente com mais facilidade.
Essa intrincada rede trabalha em conjunto para processar e dar sentido ao mundo.
O sistema límbico é composto de estruturas como o hipotálamo, o hipocampo e a amígdala.
Uma de suas funções é regular as funções biológicas em congruência com nossas emoções, como acelerar o batimento cardíaco quando nos assustamos.
Para não sermos levados por essas ondas de emoções instintivamente, nosso sistema nervoso criou estruturas mais novas, como o córtex e o neocórtex.
Essas estruturas nos ajudam a pensar e agir ativamente sobre nossos humores e emoções.
Assim podemos, por exemplo, trabalhar em terapia por meio do esforço muscular cortical voluntário, as diversas formas como as emoções e os humores se reverberam em nós, alterando nossas percepções e nossas maneiras de estar no mundo e nas relações interpessoais.
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