Bullying no trabalho
Vivemos uma situação de crise.
Crise social, crise ética, crise econômica. Com o caos arraigado em nossa cultura, dar conta das pequenas rotinas de trabalho exige foco dobrado.
Relacionar-se com as pessoas sem se deixar tomar por ímpetos de ansiedade exige esforço interno. O campo organizacional recente e as relações ficam sensíveis.
Frequentemente lemos artigos sobre bullying em escolas e com crianças, mas nos esquecemos de que nosso mundo “adulto” sofre com os preconceitos. Um exemplo é o bullying no trabalho.
O bullying, de acordo com o Workplace Bullying Institute, é definido por maus tratos prejudiciais à saúde a uma ou mais pessoas (alvos) por um ou mais autores.
Bullying no trabalho, um fato comum nas organizações
É uma conduta abusiva, humilhante ou intimidadora, que inclui interferência no trabalho – sabotagem – e que atrapalha as tarefas profissionais, podendo também ter a forma de abuso verbal.
As pessoas definem os ambientes de trabalho, e por fim todas as pessoas do sistema são responsáveis pela manutenção ou mudança da dinâmica do bullying.
Entretanto, alguns padrões são observados e estar ciente desses padrões é importante para reconhecer e tomar as medidas necessárias.
Padrões que indicam e podem reforçar a existência do bullying nas empresas:
- A cultura estabelecida e engessada do pensamento competitivo. O ambiente de trabalho incentiva o extremo da competitividade. Os colaboradores são jogados uns contra os outros em tarefas que apenas um pode vencer. É uma maneira rotineira – porém destrutiva – de arquitetar o modus operandi. As pessoas se atacam para sobreviver.
- Incentivo a comportamentos manipuladores. Algumas pessoas ambicionam o crescimento acima da ética, e quando percebem uma oportunidade estão, inclusive, dispostos a prejudicar o outro. Essa ambição, por vezes no mundo corporativo, é bem vista. Entretanto, algumas pessoas têm tendência antissocial elevada e precisam de ajuda, não incentivo às características que delimitam o convívio social saudável.
- Feedback positivo ao autor do bullying. Se o autor é promovido, ganha algum tipo de premiação ou simplesmente não tem consequência nenhuma por seu ato, ele recebe a mensagem que suas ações podem continuar, pois não serão contidas ou reprimidas.
Mudanças na rotina de todos devem ser implementadas na organização para que o bullying seja devidamente endereçado.
Nossa cultura organizacional há muito incentiva a ambição a qualquer custo, sem entender que a cooperação e a competição ética atingem resultados melhores e mais duradouros.
Pessoas que praticam bullying custam muito para as organizações. Mesmo assim, convencer executivos e gerentes parece ser o mais difícil.
As pessoas podem alterar seus ambientes de trabalho, mudando a arquitetura de suas ações e a forma de tratar o problema quando ele é exposto.
O desenvolvimento da inteligência emocional pode colaborar para a mudança do sistema, pois nos possibilita novas perspectivas sobre nós mesmos e outros. Um novo modo de estar no mundo nos abre caminhos para lidar com as relações nas quais estamos inseridos.
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