A ansiedade pode ser definida como um incômodo ou uma tensão, criados pela apreensão em relação a uma futura desventura, um futuro contratempo.
Todos convivemos com a ansiedade em certa medida em nossas vidas, e em alguns momentos ela é, inclusive, necessária.
Podemos vê-la como um sinal que nos prepara a enfrentar algum desafio e favorece nossa adaptação às novas condições de vida.
A ansiedade é também nosso instinto de autoproteção, aquele alerta das nossas reações básicas e que nos capacita a fugir ou lutar.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada
Já o Transtorno de Ansiedade Generalizada (T.A.G.) existe quando nossa vida se modifica, fica limitada ou prejudicada por esse instinto.
O que antes se manifestava em algumas situações, como o nascimento de um filho, uma entrevista de emprego, uma noite antes da prova na escola, um primeiro encontro amoroso, passa a ser a “regra”.
Cinco minutos podem passar a ser uma eternidade. O transtorno pode afetar pessoas desde o nascimento até a velhice, interferindo na qualidade de vida e desempenho familiar, profissional ou social.
Segundo o DSM IV (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, publicado pela Associação Psiquiátrica Americana), o T.A.G é um distúrbio caracterizado pela preocupação excessiva ou expectativa apreensiva persistente e de difícil controle.
Uma pessoa que apresenta três ou mais dos seguintes sintomas por mais de seis meses, pode estar sofrendo de um quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada:
- Inquietação
- Fadiga
- Irritabilidade
- Tensão muscular
- Perturbação do sono
- Dificuldade de concentração
- Dor de cabeça
- Alteração dos hábitos intestinais
- Náuseas
- Taquicardia
- Falta de ar
- Sudorese excessiva
- Aumento da pressão arterial
Pessoas muito ansiosas podem começar a ter pensamentos distorcidos.
Elas imaginam que correm riscos, que vão ficar doentes mortalmente, que sofrerão ferimentos, serão atacadas por animais ou pessoas, entre outros.
Antecipando situações de perigo, começam a procurar evidencias no mundo que muitas vezes não existem e distorcem a realidade.
O grande desafio de todos nós é viver no momento e lidar com a vida naquilo que acontece agora.
Uma das maneiras de se fazer isso é nos conhecermos, sermos companhia de nós mesmos, nos aceitando em nossas qualidades e defeitos, fazendo com que o momento que vivemos seja suficiente e que sejamos suficientes a nós mesmos.
A psicoterapia pode ajudar nesse processo, nessa busca.
Quando pudermos confiar em nós mesmos, poderemos abrir mão do controle da vida e aceitá-la como ela é.
Caso o acompanhamento psicoterápico não seja suficiente e a pessoa tenha a vida muito prejudica pelos sintomas, o tratamento pode incluir o uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, sempre sob orientação médica. Essa avaliação deve ser feita com muito cuidado.
Tudo isso requer que sejamos nossos aliados e exige estarmos presentes em nossos corpos.