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Relacionamentos: mais intimidade e menos desejo?

Monogamia, poligamia, amizade colorida, homossexual, bissexual, relacionamentos abertos, amizade, paixão, companheirismo, ficante…

Hoje em dia a gama de nomes para diferentes tipos de relacionamentos se expandiu, assim como as possibilidades de abertura para se assumir diferentes preferências sexuais.

Conservadores correm assustados no congresso praguejando o apocalipse, ditando morais que já não mais cabem em nosso mundo, estupidamente assustados com aquilo que sempre existiu encoberto, demonstrando incapacidade de escuta e acolhimento da diversidade.

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A diversidade – e a dificuldade em aceitá-la – perpassa não apenas nossa sociedade, mas nossa humanidade, e está encrustada em nossa história.

 

O fato é que configurações diferentes de relacionamentos nos fazem refletir, repensar e discutir o que seria amor e as mais diferentes maneiras de vivenciá-lo.

 

Relacionamento e amor

Muitas teorias em psicologia tentam explicar o que é o amor, porque nos sentimos atraídos por determinado tipo de pessoas, quais as funções evolutivas do amor, definições separatistas de amor passional e compaixão, etc.

Assim, as janelas para os mais diferentes tipos de pesquisa se abrem e parecem não se fechar mais.

Independentemente da configuração dos relacionamentos e das preferências sexuais que cada um escolha para sua vida, relacionar-se e manter relações duradouras parece cada vez mais difícil.

Esther Perel defende que desejo e qualidade de relacionamento são coisas diferentes:

Muitos casais têm intimidade, um canal aberto de comunicação, mas inexplicavelmente perdem o desejo um pelo outro.

De acordo com a autora, isso acontece por ficarmos presos a um ideal romântico. Trocamos o mistério por acreditar no amor como companhia carinhosa e intimidade, e abrimos mão do desejo.

 

O desejo precisa ser cultivado

A autora fala sobre uma inteligência erótica. Ingredientes como surpresa, novidade, espontaneidade, incertezas e curiosidades são essenciais para manter o desejo pelo(s) parceiro(s).

Neste caso, o excesso de proximidade do casal pode interferir no erotismo, pois este ocorre no espaço, na diferenciação entre eu e o outro.

Entretanto, o que muitos procuram nos relacionamentos é exatamente a consistência e segurança.

 

Muitos procuram o mistério perdido para a intimidade fora do relacionamento principal

Outros tentam aprender a conviver com espaços e perceber o mistério que sempre existe no outro.

Se somos sempre desconhecidos de nós mesmos, o que dirá do outro.

 

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O outro é e sempre será um mistério a ser desvendado

 

Segundo a autora, a inteligência erótica está conectada ao jogo de possibilidades, à orientação aos sonhos e fantasias, e não à conquista concreta em si, ao pragmatismo.

 

Manter a poética da sexualidade nas relações se faz necessário

Ainda segundo Esther Perel:

Seria necessário um espaço de intimidade (diferente de ser completamente transparente) em que não se julgue preferências e gostos da outra pessoa, mas que estes possam ser conversados sem censuras.

Além de homens e mulheres poderem assumir e integrar em si mesmos seus mais diferentes aspectos.

São conversas difíceis de ter em um padrão moral conservador que edifica o santificado casamento tradicional cristão, em que mulheres e homens devem assumir papéis idealizados e inexistentes no mundo real.​

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