A importância do toque

Em artigo recente para o New York Times, David Brooks escreve sobre a importância do toque.

Entendemos que contato físico é essencial à vida, contém nossas emoções e alimenta nosso cérebro ao mesmo tempo.

O poder deste tipo de toque (entendo por toque desde um aperto de mão, um abraço até toques terapêuticos de reorganização de sistemas) tem efeito duradouro.

Pesquisas mostram que pessoas que crescem em lugares amorosos ganham cinqüenta por cento a mais do que pessoas que cresceram em lares menos amorosos, sofrem menos de doenças crônicas e têm taxas mais baixas de demência senil.

Por um lado, o poder de um toque amoroso é incrível, por outro, um toque invasivo pode ser arrasador.

Christie Kim pesquisou pessoas vítimas de abuso sexual. Elas relatam maior nível de ansiedade, depressão e culpa durante a vida.

A cada ano que passa temos muitas experiências de interações, algumas boas, outras ruins.

Existe algo único na experiência do toque, positivo e negativo.

O toque nos altera emocionalmente, altera nosso coração e alma de maneira inconsciente.

Culturas de todo o mundo falam sobre o toque como algo diferente que vai muito além do prazer sexual.

A qualidade emocional de um encontro tem efeitos emocionais profundos, negativos ou positivos.

Nossas experiências formam quem somos, os lugares que ocupamos no mundo e como nos posicionamos diante de nossos relacionamentos, sejam eles amorosos, familiares, de trabalho, entre outros.

O abuso de intimidade pode abalar a construção de aspectos de nossa auto-estima, resiliência e auto-eficácia (a crença de que podemos controlar um pequeno pedaço de uma situação).

Temos que ser sensíveis à possibilidade de que as pessoas que estão a nossa volta podem ter dificuldades em saber de seus próprios limites, seja um desconforto diante de uma opinião em uma reunião até dizer que não quer ser beijado ou encostado por uma pessoa.

Segundo a OMS, taxas de solidão, depressão e suicídio têm aumentado em nossa sociedade.

Estamos cada vez mais distantes uns dos outros. A necessidade do desenvolvimento de empatia e compaixão se faz cada vez maior.

David Brooks diz que a solução pode ser um princípio moral relativamente simples: tratar uns aos outros como se tivéssemos corações preciosos e almas infinitas.

Todo o resto pode fluir a partir disso.