Flow e a criatividade sem limites

Mihaly Csikszentmihalyi, em 1988, escreveu o primeiro livro sobre Flow, um estado emocional que hoje fascina os cientistas por parecer ser a fonte da criatividade.

A revista Psychology Today descreve assim o estado de flow:

“Ação e consciência se integram. Nossa percepção de ‘eu’ e de consciência individual desaparecem por completo. O tempo dilata – passa mais devagar (como uma imagem congelada de um acidente de carro) ou passa mais rápido (e cinco horas parecem se passar em cinco minutos). E, durante, todos os aspectos de alta performance parecem incrivelmente aumentados – e isso inclui a performance criativa.”

Alguns cientistas têm estudado os aspectos neurológicos deste estado.

Steven Kotler, diretor do projeto que tenta descobrir o genoma do estado de flow, diz que existe uma enxurrada de hormônios e neurotransmissores liberados.

Processamos e associamos informações de maneiras mais profundas, utilizando mais partes do cérebro.

Existe também uma afetação nos estados de motivação, criatividade e aprendizagem.

Em relação à motivação, as substâncias liberadas são responsáveis por nos fazer sentir bem, e potencializam nossa sensação de vitalidade.

Quando uma experiência começa a produzir o estado de flow, cresce a probabilidade de irmos muito além dos nossos limites. Por esse motivo o flow é considerado a maior fonte de motivação intrínseca.

A criatividade pode ser definida como um produto de informações novas se chocando com conhecimento antigo e formando algo novo ou transformando o velho.

Portanto, para amplificar a criatividade, temos que amplificar todos os aspectos do processo criativo.

A liberação de certos neuroquímicos no estado de flow colaboram para:

• Aumentar o foco de concentração.
• Absorver mais informações em um curto espaço de tempo.
• Diminuir a influência de fatores externos.
• Reconhecer padrões para aumentar nossa habilidade de conectar ideias.
• Desenvolver o pensamento lateral (conectar ideias muito distantes, muito díspares).

E assim suporta o desenvolvimento de grandes descargas de criatividade.

Segundo estudos produzidos pelo projeto de Kotler, a criatividade pode aumentar em de quinhentos a setecentos por cento nestes momentos.

Estudos comprovam que, em estado de flow, não apenas a quantidade de informações absorvidas é maior, mas também a qualidade dessa absorção é diferenciada.

Em um experimento com arqueiros, o tempo de aprendizagem para aprimorar o tiro de um novato para alguém considerado especialista caiu pela metade, quando o processo de aprendizagem era realizado em estado de flow induzido.

Esse estado acontece quando o córtex pré-frontal é desativado, o que pode ser induzido por meio de movimento corporal. Por esse motivo os relatos mais comuns de estado de flow são de atletas.

Podemos reconhecer e acionar nossos padrões pulsáteis, nosso fluxo interno que nos move em direção à vida.

Ao desligar o córtex pré-frontal e entrar em estado de flow, entramos em nossos primórdios, abrimos espaço para os processos que acontecem no sistema límbico, no tronco cerebral, na ínsula, e abrimos espaço para as emoções emergirem.

A terapia, usando movimentos, pode trabalhar as necessidades reconhecidas nesses padrões acionados, ajudando a expandir ou conter as emoções e gerenciar as necessidades que o próprio corpo apresenta.