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Por que será que certas pessoas são fortes e conseguem resolver seus problemas e outras não?

Deparei-me com essa e outras questões enquanto assistia a uma palestra do Dr. Viktor Frankl.

Para ele o fator determinante se chama “decisão”.

A liberdade de escolha é um diferencial importante para resolver problemas e nos tornamos quem queremos ser, mesmo em circunstâncias desfavoráveis, pois estas, só em parte determinam nosso comportamento.

Precisamos reconhecer que somos seres livres e responsáveis por nós mesmos, podemos fazer algo para nos tornar alguém.

Como alguém que experimenta o sentimento de desespero pode reconhecer este sentido?

Ele tem uma definição “diferente” para o desespero. O vê como uma equação matemática:

D = S – s    /    O desespero é sentimento sem sentido!

Fala que enquanto não formos capazes de descobrir nenhum sentido em nosso sofrimento, estaremos propensos ao desespero e, em certas condições, ao suicídio.

Mas quando conseguimos ver um sentido no sofrimento, podemos conformá-lo a um determinado fim, transformando uma situação adversa numa realização pessoal, para isso é preciso saber onde queremos chegar e o que devemos fazer.

Até que ponto há possibilidade de escolha perante as situações da vida?

Ele diz que nossa liberdade é limitada. Nunca estamos completamente livres das circunstâncias, sejam elas de ordem biológica, psicológica ou sociológica. Mas a liberdade plena está sempre ao nosso alcance, isto é, a liberdade de enfrentar quaisquer problemas e condições adversas.

O modo como reagimos a uma condição adversa é uma escolha nossa. Ou seja: se não pudermos mudar a situação, ainda nos resta a liberdade de mudar nossa atitude frente a essa situação.

Ele nos apresenta alguns exemplos claros de sentidos tirados de situações de desespero, destaquemos um:

– Em Auschwitz ou Dachau, dois companheiros dele pensavam em cometer suicídio. Dr. Frankl perguntou por que queriam tirar suas próprias vidas, e sem que soubessem nada um do outro disseram: “porque não espero mais nada da minha vida”.

Ele então perguntou: “não é a vida que espera algo de você?”.

Um deles se deu conta de que sua filha, a quem amava mais que tudo, o esperava nos Estados Unidos, pra onde tinha emigrado.

O outro confessou que havia escrito e editado uma coleção de livros de geografia, e queria concluir.

Depois deste dia ocorreu um giro de 180 graus em suas vidas e viram que podiam fazer algo pelo mundo, em vez de simplesmente ficar aguardando o veredicto: vida ou morte.

As pesquisas psiquiátricas feitas com estes prisioneiros mostraram que aqueles com mais chance de sobreviver à vida no campo eram os que pensavam no futuro, que queriam ser livres novamente e, mais importante ainda, que viviam em função de um sentido a ser realizado, de um trabalho a ser concluído, ou então que desejavam ver entes queridos.

Podemos pensar que ninguém está livre de sofrimentos como a doença e a dor. Ninguém pode escapar definitivamente da morte. Mas como Dr. Frankl disse, sempre é possível transformar o sofrimento e a tragédia num triunfo pessoal. Numa realização genuinamente humana.

A morte pode nos servir como um incentivo, um estímulo para vivermos de forma responsável. Porque se fôssemos imortais, poderíamos adiar todas as coisas e não haveria urgência, não seria preciso agir agora mesmo.

Hilel há 2000 anos escreveu:

“Se eu não fizer, quem o fará?
Se não agora, quando?
Se sou somente por mim, quem sou eu?”

O bom da vida é que sim, podemos tomar as rédeas do nosso destino.

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